quarta-feira, 17 de setembro de 2008

As verdadeiras trufas!


A trufa é um fungo subterrâneo que vive em simbiose com alguns tipos de árvores, como o carvalho, a castanheira e a avelaneira. Do latim tuber (que significa excrecência) tem o formato arredondado, apresenta variados tamanhos e superfície irregular. É encontrada a aproximadamente 30 cm de profundidade em florestas nativas e não pode ser cultivada, ainda que na região do Périgord francês, existam iniciativas no sentido de “semear” trufas em raízes de árvores, para cultivo controlado que, no entanto, é incipiente Iguaria apreciada desde os egípcios, é colhida na floresta por catadores de trufas (tartufaio, em italiano) com auxílio de cães farejadores treinados que substituíram os porcos utilizados no passado.Existem mais de 70 variedades de trufas, 32 delas encontradas na Europa.



Nem todas são comestíveis e as mais apreciadas são a tuber melanosporum, ou trufa preta, e a caríssima tuber magnatum as brancas de Alba, na Itália. Estas começam a ser colhidas em outubro, com trufas boas até pouco antes do Natal. As pretas do Perigord, na França, são mais tardias. Atingem o auge da qualidade a partir de meados de janeiro. A safra termina em março. Também na Itália são encontradas as trufas pretas nas regiões da Toscana, Úmbria e Campânia. A safra começa em Setembro / Outubro com as primeiras chuvas e vai até meados de Novembro.O feudo da trufa branca, bastante difícil de encontrar, é a esplêndida cidade de Alba, que deu seu nome a trufa. Seu custo, exorbitante, atinge €4.000 o quilo (R$ 12 mil). A sua cor é amarelo sujo, indo para o bege, lembrando marfim velho. Já a trufa negra no corte se parece com um mármore negro e bege. Tem um perfume estupendo, menos intenso que a branca, e diferente. A trufa preta vale cinco vezes menos que a Alba. Já a trufa do Perigord pode ser degustada sozinha. A branca nem sempre necessita de acompanhamento. Na Espanha e mesmo em outros países existem trufas pretas, contudo seu sabor fica longe da francesa. Estas trufas alcançam o valor médio de US$ 50, contra €4 mil das verdadeiras. Na gastronomia as trufas devem ser sempre preparadas com pratos de sabor mais neutro, de maneira a não encobrir o intenso, porém delicado aroma/sabor da trufa. Os clássicos são massas com manteiga e leve toque de creme de leite ou preparações com ovos. A associação freqüente de trufas com foie gras produz também pratos históricos com o famoso filé a Rossini, criado em homenagem ao compositor italiano, e que consiste em um tournedos de filé mignon grelhados assentados em fatias de pão douradas na manteiga, sobre os quais são colocados escalopes de foie gras salteados e lâminas de trufas pretas francesas.


Curiosidade: A trufa de chocolate recebeu esse nome em analogia a verdadeira trufa (cogumelo subterrâneo), devido ao seu tamanho, cor e pelo fato que ao ser retirado vem envolto em terra, como a trufa de chocolate envolta no cacau em pó. Assim, devido a essas "semelhanças", a trufa de chocolate também é um símbolo refinado de cortesia; e mais acessível do que o cogumelo.


Divisão dos fungos na culinária!

Do ponto de vista comestível os fungos dividem-se em quatro categorias:
  • Fungos comestíveis: as numerosas espécies desta categoria são utilizadas pelo homem na sua alimentação e consideradas saborosas e nutritivas.
  • Fungos não comestíveis: trata-se de espécies não venenosas, porém não comestíveis em virtude da dureza ou do sabor desagradável.
  • Fungos tóxicos: espécies venenosas, embora não necessariamente mortais.
  • Fungos mortais: as poucas espécies desta categoria podem causar a morte de quem as ingerir.